Resenha: O Nome do Vento

    Hallo!

    Já tem um tempo que eu queria ler O Nome do Vento, minha já o tinha na sua estante muito antes de começar a ouvir falar dele na comunidade literária, só que morar longe dos pais tem mais essa dificuldade, usar regularmente a biblioteca deles é mais complicado. Então levou-me um tempo até poder trazer esse livro pra casa.

    Incerta de como seria o ritmo de leitura dele, o fui postergando pois é preciso uma certa dose de coragem antes de encarar 600 páginas. O estímulo final para pegá-lo foi a escolha dele pelo grupo SciFi and Fantasy Book Club, do GoodReads, como leitura de fantasia do mês de março.

Título: O Nome do Vento

Série: A Crônica do Matador do Rei - Primeiro Dia

 Autor: Patrick Rothfuss

Editora: Sextante 

Formato da edição: brochura

Qde páginas: 651

  Desafios: Seriously Series Reading Challenge 2014 (series started in 2014); 

Full House Reading Challenge 2014 (from my wish list);
TBR Pile Reading Challenge 2014;
2014 Take Control of Your TBR Pile Challenge 

Sinopse:

"Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.

Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano (...)"

    Não recomendo a leitura total da sinopse que vem na contra-capa do livro, pois ela entrega alguns detalhes que talvez possam não ser spoilers propriamente ditos, mas que estragou um pouco a descoberta de algumas partes da história.

Minhas impressões:

    O enredo do livro é sobre a vida de Kvothe, quais foram os acontecimentos, decisões e percalços na vida desse homem que o tornaram uma lenda. Uma só pessoa que desempenhou o papel de vários personagens para viver e sobreviver. 

    Muito inteligente, Kvothe tem sede pelo conhecimento, ao mesmo tempo que tem a audácia de se aventurar, experimentar e pular algumas etapas pelo caminho do aprendizado.

    Neste primeiro livro da trilogia somos apresentados ao Kvothe do presente, um simples estalajeiro de uma cidade pequena, um estalajeiro que sabe coisas que não se espera que ele saiba, que possui um ar de mistério muito bem escondido de sua clientela, mas que não escapa desapercebida de seu discíplio e de um experiente cronista.

"Eu acredito, descobriu-se pensando o escriba. Antes era só uma história, mas agora acredito nela. Esse é o rosto de um homem que matou um anjo." - pág. 51 

    É a esse cronista que Kvothe se dispõem a contar a sua história, a história de como ele se tornou famoso, amado e odiado. Para contar a história de sua vida Kvothe precisa de três dias, e nesse primeiro dia seguimos seus passos do meio da sua infância até meiados de sua adolescência. Tempo suficiente para ter sua vida mudada radicalmente umas duas vezes, e para ser chamado de Dedo-Leve, Seis-Cordas e Sem-sangue.

    Rothfuss construíu um mundo interessante, que se parece suficientemente bem com o nosso para não causar muita estranheza mas que contêm detalhes, histórias e algumas entidades totalmente próprias. Sua narrativa é gostosa e assume um ritmo rápido. Ao mesmo tempo ele consegue construir a personalidade de Kvothe com calma e riqueza. Nos mostrando não só o lado inteligente e esperto do garoto, bem como parte da sua imaturidade e receios mais profundos.

"- Eu nunca disse estupidez - corrigiu-me Ben. - Você é inteligente. Ambos sabemos disso. Mas é capaz de ser irrefletido. Uma pessoa inteligente e insensata é uma das coisas mais assustadoras que há." - pág. 107  

    O Nome do Vento é um livro de fantasia bem escrito, intrigante, que produz emoções variadas durante a leitura. Que traz personagens interessantes, mesmo que a primeira vista não suspeitemos disso. 

    Destaco aqui a apresentação que o próprio personagem faz de si mesmo, no fim de um dos capítulos iniciais. A achei muito legal, intrigante e que mescla descrição física de feitos e um pouco da personalidade dele. Essa apresentação encontra-se também nas orelhas da edição brasileira, mas se eu fosse você, esperaria para lê-la no ponto em que o autor a inseriu. O efeito é instigante.

Outras passagens interessantes:

 "Quando crianças, raramente pensamos no futuro. Essa inocência nos deixa livres para nos divertimos como poucos adultos conseguem. O dia em que nos inquietamos com o futuro é aquele em que deixamos a infância para trás." - pág. 84 

 "- Com certeza. As corujas são sábias. São cuidadosas e pacientes. A sabedoria impede a audácia - disse." - pág. 607 

    No mais, só posso dizer que esse livro é um prato cheio para quem gosta do gênero e uma boa opção para quem não é tão familiarizado assim com ele. As mais 600 páginas assustam a primeira vista, mas são devoradas rapidamente.

    Minha Avaliação: 4 livros


    Ha det bra!!