segunda-feira, 24 de março de 2014

Resenha: As Cavernas de Aço

   Hei alle!

    Hoje vim falar de um livro incrível que devorei em dois dias. As Cavernos de Aço é um mistério de ficção científica, um dos maiores sucessos de venda de Isaac Asimov.



Série: Robô - livro 1
 Autor: Isaac Asimov
Editora: Aleph 
Formato da edição: brochura
Qde páginas: 304

  Desafios: Seriously Series Reading Challenge 2014 (series started in 2014)
Full House Reading Challenge 2014 (review persuaded you to read it);
TBR Pile Reading Challenge 2014;
2014 Science Fiction Reading Challenge ;
2014 Take Control of Your TBR Pile Challenge  


Sinopse:

"Em Nova York, o investigador de polícia Elijah Baley é escalado para investigar o assassinato de um embaixador dos Mundos Siderais. A rede de intrigas envolve desde sociedades secretas até interesses interplanetários. Mas nada o preocupa tanto quanto o seu parceiro no caso, cuja eficiência pode tomar o seu emprego, como acontecera com seu pai no passado."


Enredo:

    O enredo do livro é bem sintetizado na sinopse, mas é só o que ela dá, um resumo sem qualquer das nuances e riquezas do texto. Essa história tem toda a dinâmica de um livro de investigação com a graça e estímulos de uma boa ficção científica.
    Detetive Baley é designado para investigar o assassinato de um pesquisador dos Mundos Siderais, crime este que pode desbalancear totalmente o frágil equilíbrio no relacionamento entre a Terra e os Mundos Exteriores (a maioria ex-colônia de nosso mundo). Para acompanhar essa investigação um robô é designado pelos representantes dos Mundos Siderais e isso provoca reações e situações muito interessantes durante todo o processo de desvendar quem e porquê perpetrou o crime.
    A vida na Terra foi sendo moldada ao longo dos séculos pelo absurdamente crescente nível populacional. Na casa dos 8 bilhões de pessoas, o dia-a-dia, a estrutura das cidades, a privacidade e a alimentação, só para citar alguns exemplos, foram alteradas consideravelmente. A maior parte das pessoas vivem em "Cidades", grandes complexos auto sustentáveis, citadas no próprio livro como Cavernas de Aço, onde a população não tem mais contato com a natureza ou com o mundo exterior.
 "Era fácil ser um Medievalista quando isso significava recordar uma época em que a Terra era o mundo, e não apenas um dos 50 mundos. Ainda por cima o desajustado dente os 50 mundos." - pág. 38
    Ao contrário do outros planetas onde a integração homem/robôs é uma realidade benquista, na Terra os humanos ressentem-se da presença dos robôs e temem serem superados e desbancados por eles.
    Nesse ambiente a acusação de que um humano teria matado um Sideral pode ser a fagulha que faltava para uma grave desavença entre os Mundos Externos e a Terra, por isso é tão importante a solução rápida e sem alarde desse assassinato.




Minhas impressões:

    Asimov consegue nos ambientar muito bem nessa sociedade futura onde a robótica avançou imensamente, mas que não é tão bem aceita assim na Terra, tendo seus maiores defensores e utilizadores nos outros planetas habitados pelos humanos. Enquanto a história policial vai sendo construída, o autor vai inserindo elementos e situações que nos explica como a humanidade chegou nesse estágio, como são os sentimentos dos terráqueos em relação aos robôs e porquê eles provocam reações tão fortes na população local.
    Conseguimos também ter um vislumbre de como a humanidade se organizou de uma forma diferente nos outros planetas, de uma maneira onde o bem-estar do indivíduo e de uma sociedade próspera são relacionados diretamente com a utilização e associação com robôs cada vez mais inteligentes e especializados.
    Isso tudo nos é transmitido de uma forma natural, as vezes por meio de conversas entre Baley (o detetive responsável pelo caso) e Daneel (o robô designado como parceiro de Baley nessa investigação), ou do detetive com algum entendido, mas em momento algum essas informações me pareceram forçadas. Elas foram sendo apresentadas a medida que eram necessárias, nos deixando entender a tecnologia envolvida, o suficiente para aplacar o anseio básico de um amante da ficção científica porém sem sobrecarregar quem não anseia tanto assim por detalhes técnicos.

    Gostei muitos dos personagens da trama, o detetive tem uma mente bem lógica e sua praticidade o ajuda a enxergar além do romantismo e preconceito que envolve os robôs e os Siderais. A forma dele ir eliminando as variáveis no caso enquanto vai conhecendo um pouco mais sobre o que realmente é e funciona um robô é bem interessante de seguir.
    Daneel é um robô projetado para analisar o comportamento humano, único do seu gênero, ele trás a confrontação sutil das incoerências humanas, ao mesmo tempo que nos deixa entender um pouco melhor como o seu cérebro é capaz de cálculos e análises fantásticas mas falha ao entender abstrações e conceitos intrinsecamente humanos.
 "Baley olhou para o rosto bem definido de R. Daneel com uma súbita e intensa esperança. O que quer que fosse aquela criatura, ele era forte e fiel, e não era movido por egoísmo. O que mais uma pessoa poderia pedir de uma amigo? Baley precisava de um e ele não estava com disposição para implicar com o fato de que uma engrenagem substituía um vaso sanguíneo nesse amigo em particular." - pág. 267
    O desfecho da trama não me foi revelado até os últimos capítulos, o que é ótimo para manter a expectativa e o interesse na história. Simpatizei-me com o jeito meio brusco de Baley e com vontade de conversar com Daneel. Li o livro com uma sensação de estar lendo uma coisa incrível e terminei dizendo pra mim mesma: sensacional!


"Culpada":


    Eu já tinha lido a trilogia original de Fundação a uns bons anos atrás e tinha gostado muito, ano passado eu li O Fim da Eternidade e adorei também, já me considerava fã de Asimov, mas não tinha ouvido falar ainda desse título dele. Foi por causa da vídeo resenha da Tati Feltrin sobre essa edição da Aleph que eu me empolguei e comprei As Cavernas de Aço. Valeu muito a pena ter seguido a recomendação dela. Se tiver um tempinho recomendo que você assista a opinião dela sobre a história. Você também irá querer lê-la.

 


Edição:

    A editora Aleph fez um bom trabalho na edição deste volume, a capa é intrigante, o papel é de boa qualidade, a diagramação proporciona uma leitura confortável e de bônus ainda temos uma Introdução escrita pelo próprio autor. Vale a pena conhecer o trabalho deste livro.


    Se está em dúvida se deveria ou não pegar esse título para ler, não fique. Sua leitura será recompensada. Virou meu favorito!

    Minha Avaliação: 5 livros


    Ha det bra!!

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