sexta-feira, 11 de julho de 2014

Contos de Asimov #03: "Someday"

    Hei hei!

    Hoje a minha mini resenha/discussão será sobre o terceiro texto dos "Contos de Asimov". Para saber mais sobre essa série de post é só clicar aqui.



    "Someday", de Isaac Asimov foi originalmente publicado na edição de agosto de 1956 da revista Infinity Science Fiction.


     Tentarei não dar grandes spoilers, mas já aviso que pequenos detalhes podem me escapar. Então se você não quer ter muita noção do que se trata a história deixe pra ler esse post depois de ter lido o conto.


     O que mais me chamou a atenção neste conto, tirando o final, foi a forma como as pessoas vivem nesse futuro, espero que distante. A impressão é de que a humanidade levou a evolução da tecnologia chegar a um ponto onde a intervenção das pessoas não é mais necessária em praticamente tudo.
     Na conversa entre dois garotos vislumbramos uma era onde a especialização é tamanha que a habilidade humana afunilou-se a controlar painéis, enquanto o grosso do gerenciamento da população, geração de alimentos e produtos, e produção de bens é um serviço desenvolvido por computadores. E, ao contrário do que muitas histórias abordam, os humanos não parecem nem um pouco incomodados com essa situação. Afinal, como é que vivíamos antes dos computadores? Como sabíamos qual era a forma mais eficiente ou eficaz para resolver um problema?
     Impressionou-me a escrita e a leitura foram totalmente abandonadas, viraram coisa de museu que pouquíssimos ainda conseguem decifrar. O conhecimento é gravado em fitas magnéticas, e seu conteúdo é simplesmente narrado. Num trecho o personagem de Niccolo fica maravilhado com a possibilidade dessas histórias narradas poderem ser visualizadas numa tela.
     Sério mesmo, que futuro é esse onde não existem livros escritos ou filmes e séries????

     O enredo é desenvolvido na conversa entre Niccolo e Paul e a interação dos dois com o robô Bard. A descrição física de Bard é limitada, mas sua função é a de contador de histórias. Através de um extenso vocabulário e regras de estruturas de enredo, Bard consegue criar inúmeras histórias, todas diferentes mas ao mesmo tempo todas muito parecidas.
   Bard é um modelo muito antigo, que ainda conta histórias sobre príncipes, desafios, reis e princesas, onde os bons meninos sempre vencem os maus. E é por ser antigo e ter um conteúdo desatualizado que Bard é destratado e menosprezado pelos dois garotos, só que a família de nenhum deles pode ainda arcar com um modelo novo.
     É no final da cena que Bard faz algo inusitado para um robô, sozinho, sem ninguém para lhe inferiorizar ele tem a doce certeza de que no final os computadores não são assim tão inferiores aos humanos.

     Novamente, como nos outros dois contos da categoria Robôs Não-humanos, nesse conto de 12 páginas o tratamento que é dado a esses robôs é uma peça importante na história. Eles não são humanos, porém eles também não são simplesmente coisas inanimadas. Seus circuitos e programação os elevam da categoria de coisa simples, e a forma como tratamos as inteligências artificiais, por mais básica que sejam, trás resultados inesperados pela humanidade.

     Numa era em que qualquer celular tem mais capacidade de processamento do que os primeiros computadores, vale a pena começar a refletir sobre a nossa influência nas coisas ao nosso redor. Já devíamos ter feito isso com relação a natureza, espero que tenhamos tempo para fazer isso com nossas criações.
    
    Ha det bra!

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